Saiba o que mudou na saúde dos brasileiros com a pandemia
Quem imaginaria viver em pleno século XXI uma calamidade sanitária mundial? Algo que, até então, só tínhamos estudado nos livros de história. A pandemia da Covid-19, apanhando todos de surpresa, provocou muitos danos que ainda refletem as suas sequelas.
O mundo se viu obrigado a ter que reaprender a viver, pois, quando descobrimos o sentido da palavra ressignificar, os estragos já tinham sido muito grandes. Além disso, as rápidas mudanças que nos foram impostas, mexeram com nosso estilo de vida.
A preocupação com os hábitos alimentares diminuíram, os devidos cuidados para manter uma alimentação saudável foram deixados de lado. O consumo de álcool, assim como a prática de exercícios, deram lugar ao sedentarismo, elevando as taxas de obesidade e acometendo a outras doenças.
O que mudou nos hábitos dos brasileiros?
Os novos padrões seguidos de uma alimentação inapropriada, a falta de exercícios físicos corretos, a ingestão de bebidas alcoólicas exageradamente e o aumento do tabagismo trouxeram graves consequências à saúde da população durante a pandemia.
Segundo o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), o isolamento social causou comportamentos prejudiciais desencadeando uma série de comorbidades, uma delas a obesidade, atingindo, em 2020, a escala de 21,5% dos adultos nas capitais. É o que mostra os dados recolhidos na pesquisa sobre as Doenças Crônicas e Seus Fatores de Risco e Proteção: Tendências Recentes no Vigitel.
As DCNTs (Doenças Crônicas Não Transmissíveis) são um grande problema não só para o brasileiro, mas também para todo o globo terrestre. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, elas são responsáveis por 41 milhões de mortes por ano no planeta. As altas taxas de mortalidades estão atreladas as:
- doenças cardiovasculares;
- neoplasias;
- doenças respiratórias;
- diabetes.
Essas são as principais causas de morte entre as DCNTs. No entanto, outros estudos apontam que em virtude a quatro hábitos como: o tabagismo, o sedentarismo, uso inadequado de álcool e dietas não saudáveis favorecem o surgimento desse quadro clínico.
No entanto, quando há uma intervenção nesses costumes, os riscos de falecimento por DCNTs podem reduzir drasticamente.
Alguns psiquiatras afirmaram que os transtornos psicológicos afetados durante a Covid-19 abriram margem para o aparecimento de novas enfermidades. Como fuga para os desgastes emocionais durante esse período de afastamento obrigatório, grande parte das pessoas aumentou o consumo de bebidas alcoólicas.
Dessa forma, os dados de Vigitel ressaltam que entre 2019 e 2020, os indicadores dos percentuais de indivíduos que beberam em demasia subiu de 18,8% a 20,9%, já o número de obesos foi de 20,3% a 21,5% e inatividade física ficou entre 13,9% a 14,9%.
Ainda é possível observar casos onde a prevalência de diabetes e hipertensão no ano de 2020 atingiram as capitais do Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, enquanto os índices de sobrepeso estiveram presentes em maior quantidade em Manaus, que apresentou 24,9% de ocorrências, Cuiabá com 24,0% e Rio de Janeiro totalizando 23,8%. Nas 16 capitais registradas, o número de obesidade esteve 20% acima em 2020.
A pesquisa revelou que o acesso à educação também interfere nos maus hábitos saudáveis. O grupo com menos escolaridade apresentou maior índice de nocivas condutas comparado ao grupo mais escolarizado, quando se trata de:
- hipertensão e diabetes (25,2% contra 8,2%);
- sedentarismo (12,5% contra 20,9%);
- tabagismo (5,5% contra 7,9%).
Em relação ao consumo abusivo de álcool, há uma alteração nos dados levantados, pois o grupo mais escolarizado, o percentual foi de 23,8%, já os com pouca instrução a percentagem foi de somente 15%.